Sicredi reúne mulheres e jovens em eventos sobre liderança e transformação para futuro mais inclusivo
Com 22% de participação feminina, os Conselhos das Cooperativas Sicredi nos estados do Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro registraram um salto na representatividade nos últimos cinco anos. Até 2017, a presença feminina nos Conselhos era de 6%. O avanço na promoção da inclusão, diversidade e equidade de gênero registrado pelo Sicredi está conectado ao Pacto Global da ONU, que estabelece uma meta de 30% de mulheres em cargos de alta liderança até 2025 e, de forma opcional, 50% até 2030. A governança nas Cooperativas Sicredi também tem se tornado mais diversa com a crescente presença das novas gerações. Os jovens com idade até 30 anos já integram mais de 7% dos Conselhos das Cooperativas nos três estados.
Essa construção gradativa reflete o trabalho realizado pelo Sicredi ao longo dos anos por meio de iniciativas como os Comitês Mulher e Jovem, desenvolvidos respectivamente em 27 e 22 Cooperativas do Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro. E para potencializar os movimentos, celebrar os avanços e promover reflexões sobre o potencial de transformação para um presente e um futuro ainda mais inclusivos, o Sicredi realizou nos dias 10 e 11 de agosto, o terceiro encontro do Summit Jovem, e o terceiro evento do Summit Mulher, em Curitiba (PR). Os encontros integraram a formação com quatro eventos programados ao longo de 2022 com lideranças dos dois Comitês.
Transformação: Transformar em Ação
A terceira jornada do Summit Mulher 2022 trouxe uma reflexão sobre o protagonismo feninimo e o movimento de mulheres líderes que transformam o presente e o futuro com ações práticas. Iniciativas que podem ser executadas no dia a dia e que estão ligadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) definidos pela ONU para um mundo melhor. “Talvez mudar o mundo pode parecer muito distante para nós, mas se começarmos alterando o que está à nossa volta, em nossa localidade e ajudando a nossa cooperativa a fazer esse trabalho de impacto positivo nas comunidades, nós estamos contribuindo para essa agenda que é global”, afirmou a assessora de Desenvolvimento do Cooperativismo, Alyne Moreira Lemes.
Para auxiliar as mulheres a colocarem todo o conhecimento em prática, a mentora e líder de Pessoas, Paula Morel, ministrou o workshop sobre gestão do tempo e priorização, destacando a importância de segmentar as atividades urgentes e importantes, delegar ações e exercitar o poder do “não” para que as mulheres consigam tempo e espaço para exercitarem a liderança que transforma cooperativas e sociedade. “Precisamos colocar limites, caso contrário, estaremos assumindo todos os papéis possíveis, inimagináveis, inclusive aqueles que não deveriam ou precisam ser nossos”, destacou a consultora.
O desenvolvimento de lideranças também foi tema do bate-papo sobre sucessão com a participação da CEO da Tribo (uma das empresas do Grupo Anga), Stephanie Crispino e que envolveu o diretor-executivo da Central Sicredi PR/SP/RJ, Maroan Tohmé, e as participantes do evento, com troca de experiências. “A sucessão não é algo ruim, o que é ruim é a substituição, que é aquilo que realmente tira você de onde está e coloca outra pessoa no lugar. A sucessão é o ato que eu tenho de desenvolver e preparar, de caminhar com alguém para que eu possa fazer um novo líder e, assim, eu possa seguir meu caminho para uma outra posição ou outro momento de vida”, destacou Tohmé.
Inspirando as convidadas no desenvolvimento para a alta liderança, o evento ainda reuniu mulheres que são referência em Cooperativas do Sicredi, como a Flávia Lemes de Toledo Leite (Sicredi Norte Sul PR/SP), Daniele Valero Piuco (Sicredi Progresso PR/SP) e Maria Parecida Trindade ( Sicredi Campos Gerais PR/SP). O espaço de liderança feminina para transformação também ganhou importância na fala da palestrante Jandaraci Araujo, co-fundadora do Conselho 101, programa que visa à inclusão de mulheres negras em Conselhos de Administração. “Qual legado deixamos, além das posições que a gente ocupa? Porque a gente fala de líder que transforma, mas ser líder não tem a ver com posição, com cargo, está ligado ao que lhe move e quanto você pode ajudar a melhorar a vida de outras pessoas”, enfatizou.
Autoconhecimento e rebeldia com causa
Visando um futuro mais diverso e inclusivo, o terceiro encontro do Summit Jovem reuniu os líderes das novas gerações dos Comitês para uma reflexão sobre autoconhecimento e competências para a transformação. A escritora e professora convidada da Fundação Dom Cabral, Clara Cecchini, provocou os participantes sobre a necessidade de uma rebeldia com causa que engloba o “repensar”, o “provocar” e o “criticar” por meio de perguntas, liderança e diálogo. “Rebelde com causa pra mim é aquele que assume a autoria da própria vida, sendo verdadeiro com seus valores, correndo riscos e tendo o compromisso com a transformação”, comentou a palestrante, embasando os jovens com diferentes referências e indicações bibliográficas.
A força do autoconhecimento para a construção de um futuro bom também foi abordado pela sócia fundadora da Be Liv, Giovanna Gaiarim. A palestrante convidou os jovens a refletirem sobre a importância do equilíbrio entre as três dimensões do indivíduo: corpo, mente e espírito, focando ainda na importância da clareza sobre as habilidades de cada um. “A fonte de satisfação da nossa vida está nos nossos talentos, de colocá-los a serviço de algo, de uma causa”, afirmou, ressaltando que a transformação social também depende de uma mudança pessoal.
Durante o evento, os jovens ainda foram convidados a imaginar os futuros possíveis e desejáveis para o cooperativismo de crédito e a sociedade. Esse olhar para o novo e que ajuda a garantir a perenidade do modelo de negócio sustentável e colaborativo e uma sociedade mais próspera também foi abordado pelo presidente da Central Sicredi PR/SP/RJ, Manfred Dasenbrock. “Nós acreditamos na força, no entusiasmo e na energia do Comitê Jovem, uma iniciativa que é desenvolvida nas Cooperativas do Sicredi com objetivo de deixar um legado inspirado no ideal daqueles que vieram primeiro, os fundadores do cooperativismo de crédito, que imaginaram uma sociedade de pessoas ajudando pessoas. É nisso que acreditamos, nessa força da cooperação e da solidariedade, capazes de impactar positivamente as comunidades e garantir um mundo melhor”, finalizou.