Marca refaz perfume para mãe lembrar cheiro que o filho, morto pela Covid-19, gostava
Após perder o filho para a Covid-19, uma mãe do Rio de Janeiro encontrou em um frasco de perfume, quase vazio, a memória do cheiro que ele gostava. Ao descobrir que o perfume não era mais vendido, a cunhada do homem entrou em contato com a fábrica e veio a surpresa: a história de dor se transformou em alegria.
O Boticário, que fica em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, resolveu produzir o perfume como presente para a mulher. A homenagem repercutiu em todo o país.
A morte de Alexandre Mendes Terra, de 51 anos, ocorreu no dia 4 de março. Dias depois, a mãe, Wanda Mendes Terra, de 78 anos, lembrou o quanto o filho gostava do cheiro do perfume, que era guardado como joia, pois não era mais vendido.
“Uso esse perfume desde que ele foi lançado. Meu marido me dava de presente, meu filho começou a dar também. Mas tive que guardar o restinho do último frasco, pois descobrimos que não vendiam mais”.
Wanda, que mora em Angra dos Reis, contou ao G1 que passou a usar o perfume somente em um momento especial.
“Como meu filho amava esse perfume, porque ele dizia que ‘tinha o cheirinho da mãe’, eu só usava quando ele vinha em casa. Foi assim até a última vez que o vi”.
Depois da morte do homem, que ficou internado por quatro dias, a esposa dele se uniu a irmã dela e também com a mãe de Alexandre para separarem o que seria doado. Foi aí que a história do perfume veio à tona.
“Quando elas chegaram para separarmos as roupas, me pegaram abraçada com o perfume, chorando, e eu contei a história. A irmã da minha nora disse que iria atrás do perfume, mas eu disse que não adiantava, porque não fabricavam mais”.
Pedido para a empresa
A cunhada de Alexandre, Karyne Leão, 42 anos, disse que tentou até comprar o perfume, mas realmente não conseguiu. Ela teve a ideia de procurar o Boticário, responsável pela fragrância, mas achou que nem seria notada.
“Eu nem imaginava que seria possível o Boticário me responder. Mas eu tinha o não, fui atrás de pelo menos uma reposta para poder comprar o perfume”.
Karyne entrou em contato e contou a história de Wanda. Nisso, recebeu a resposta de que a fábrica iria produzir o perfume, mas especialmente para que a mãe pudesse manter a lembrança do filho viva.
“Quando me responderam dizendo que iriam fazer, mas que seria especial para ela, eu fiquei sem entender. Na hora percebi o quanto a empresa não estava preocupada só com o dinheiro e sim com a memória afetiva que aquele perfume carregava”.
Informações do portal G1.