Mãe e filho com Covid-19 se reencontram no hospital

 Mãe e filho com Covid-19 se reencontram no hospital

Depois de ficarem semanas sem contato nenhum por estarem internados em quartos separados devido à Covid-19, Vani Castanha de Souza, de 71 anos, e o filho Adir Castanha de Souza, de 52, tiveram um reencontro cheio de emoções. A história foi revelada pela psicóloga Bruna Hornes, do Hospital Regional de Telêmaco Borba (HRTB), na região dos Campos Gerais do Paraná e publicada pelo G1 Paraná.

Adir e Vani moram no mesmo terreno e, antes de contraírem o novo coronavírus, nunca tinham ficado tantos dias longe um do outro. A dor e a preocupação foram rotina durante vários dias no hospital, mas a fé e o amor dos dois conseguiu superar tudo.

“Foi uma reviravolta, meu filho ficou doente daí levaram ele para internar, e eu não aguentei o repuxo, fui ficando ‘malzona’. Eu quase fui para o céu e quando vi ele tornei ao mundo. Ficamos vizinhando no hospital, daí as meninas abençoadas arrumaram um encontro. Nos fortaleceu e acalmou nos vermos”, contou Vani ao G1.

Adir contraiu o novo coronavírus enquanto trabalhava na construção civil. Ao sentir os sintomas se isolou, mas logo precisou ser internado por causa das complicações. Ele ficou mais de 15 dias no hospital, sendo sete na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

A mãe dele, dona Vani, testou positivo alguns dias depois. Ela já havia tomado a primeira dose da vacina e ficou oito dias internada, sendo cinco na UTI.

Os profissionais da saúde aguardaram o estado de saúde do Adir para contar que a mãe também estava no hospital com a doença.

“Eu estava bem ruim, sem força para nada. Eles me botavam falar com o pessoal lá de casa, eu via minhas irmãs, meu pai e não via a mãe. E eu não sabia que ela estava aqui na parede ao lado. A emoção de ver a mãe da gente não tem preço, foi restaurador”, contou Adir.

Segundo eles, o restante dos familiares estão bem, sem nenhum sintoma da Covid-19. Os dois são considerados recuperados pelos médicos, apenas estão seguindo o protocolo para alta hospitalar.

“Eu vejo que o afeto muda muito o quadro clínico das pessoas, a melhora depois de eles se verem foi bem significativa. Os dois já moram no meu coração. Já vi tantas histórias ruins aqui, mas quando a gente se depara com uma situação assim, de ver eles bem, indo para casa, é gratificante. A intenção do encontro era para que eles se acalmassem, ele chorava muito. Que as pessoas vejam esse vídeo e tenham esperança, mesmo em meio ao caos”, afirmou a psicóloga Bruna Hornes.

A atitude dos profissionais auxiliou na recuperação da mãe e do filho. A enfermeira Ane Caroline Oliveira disse que valeu cada esforço.

“A gente acaba se apegando neles porque ficamos bastante tempo juntos. Os dois ficaram em situações bem graves e, desde o comecinho, acompanhamos e vimos eles progredindo, melhorando. Isso é maravilhoso e dá sentido ao nosso trabalho”, comentou a enfermeira.

A força tanto dos profissionais quanto dos pacientes deixou uma marca de esperança no hospital. Adir disse que só tem motivos para agradecer.

“Quero pedir para que as pessoa orem pelos profissionais da saúde. Eles são maravilhosos, cuidam tanto da gente, como se fosse da família deles. Eles precisam de muita oração também, além de merecerem de coração o nosso apoio e reconhecimento”, completou.

Com informações do G1.

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