IDR-Paraná destaca a importância da rotação de culturas com plantas melhoradoras do solo

 IDR-Paraná destaca a importância da rotação de culturas com plantas melhoradoras do solo

A rotação de culturas com plantas melhoradoras de solo promove inúmeros benefícios para as lavouras, como a conservação das características físicas, químicas e biológicas do solo, além de possibilitar maior produtividade no campo e sustentabilidade da produção agrícola.

 

No sentido de esclarecer e atualizar os cooperados da Cocari sobre essa importância, foi montada no Centro Tecnológico da cooperativa (CTC), em Mandaguari-PR, uma unidade didática, acompanhada pela equipe de engenheiros agrônomos do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), Silvio Ferrari dos Santos, Eduardo Henrique Lima Mazzuchelli e Celso Daniel Seratto, responsável pela área de difusão de tecnologia. “Esse trabalho é desenvolvido com a Cocari há cerca de 8 anos, e essa parceria vem evoluindo muito bem”, afirmou Seratto.

 

Ele destaca que o objetivo do IDR-Paraná em apoio ao trabalho feito pela Cocari é promover boas práticas agrícolas. As parcelas desenvolvidas na unidade didática poderão ser acompanhadas durante o Dia de Campo, que será realizado nesta quinta-feira (25), no CTC.

 

As plantas de serviço de verão, ou plantas melhoradoras de solo, foram plantadas no CTC durante a safrinha, até o dia 17 de março, e as de inverno, no início de maio. “Ao usar composições em mix com espécies variadas, ocorre uma perfuração de solo com raízes diferentes, que injetam matéria orgânica e promovem maior bioativação neste solo. Isso resulta em melhoria na taxa de infiltração, gerando maior acúmulo de água na área”, disse.

 

Mix de plantas

 

O mix de plantas de verão usadas nas parcelas experimentais inclui: milhetos, sorgos, braquiárias, crotalárias, guandu, para diferentes sistemas de produção. “De produtores que tenham que fazer a colheita da forragem para silagem, até aqueles que vão usar as plantas exclusivamente para fazer o manejo do solo”, aponta o agrônomo.

 

Nas parcelas com plantas de inverno foram plantadas: aveias, forrageiras aveias graníferas, centeio e triticale. “Essas plantas são utilizadas para a produção de grãos alternativos e também são muito úteis para dupla aptidão para fazer o manejo do solo”, acrescentou.

 

O agrônomo comenta que os efeitos provocados dentro do perfil do solo vão até o controle de nematoides. “Esses mix de plantas são pensados utilizando espécies que multiplicam menos os nematoides, principalmente dos gêneros Meloidogyne e Pratylenchus”, afirmou.

 

Além dos benefícios com as raízes das plantas no solo, a palhada que fica, ainda proporciona outras vantagens aos produtores. “Esses plantios também são pensados para que a composição permita a maior persistência possível de palhada sobre o solo. E aliado a outros fatores, essa palha vai proporcionar maior expressão de produtividade das culturas na subsequência, inclusive na soja no verão e no próximo milho safrinha, no caso de um sistema de rotação de culturas”, destacou.

 

Seratto salienta que a palhada ainda contribui para reduzir o processo de erosão, já que minimiza o impacto das gotas de chuva no solo, por exemplo, que é um fator de desagregação e provocador inicial do processo de erosão. “A palha protege do impacto, evita com que essa água escorra e carreie o solo, ajudando no controle do processo erosivo”, ressaltou.

 

Outro benefício das plantas de serviço é a manutenção de uma temperatura que seja mais favorável para toda a microbiota, evitando o excesso de calor na superfície, que em anos muito quentes pode provocar até abortamento de flores de soja ou feijão, por exemplo, atenuando esse efeito sob a superfície no solo e sobre a superfície no dossel das plantas. “Como a palha reduz a evapotranspiração no local, acaba provocando a manutenção de maior teor de umidade por mais tempo após uma chuva. Além disso, ao ficar cobrindo o solo, ajuda que não germinem as ervas daninhas, trazendo economia com o manejo e racionalização do uso de herbicidas”, analisou.

 

Planejamento agrícola

 

Seratto explica que para o produtor que adota essa estratégia de manejo do solo, em anos de estresse hídrico, “pode resultar em até 7 a 8 sacas por hectare de soja e até 20 sacas por hectare de milho, permitindo uma expressão de produtividade maior, com economia de 5 a 10 sacas por hectare de custos com a soja e de 10 a 20 sacas por hectare com o cultivo do milho safrinha subsequente”, enumerou.

 

Ele esclarece que em uma estratégia de planejamento agrícola da propriedade, não é necessário que o produtor faça tudo ao mesmo tempo. Pode começar com as áreas mais críticas, onde os problemas são mais graves, seja com nematoides, seja de compactação de solo e daí tratando de 1/3 a 1/5 conforme a sua condição de ficar no caso sem o milho safrinha ou o trigo para fazer o manejo do solo.

 

“O interessante é que para a cooperativa, que recebe, que tem esse produtor como cooperado, no curto prazo pode até não ter essa produção desse 1/5 da área que o produtor reserva para fazer o manejo do solo, mas ela acaba nas safras subsequentes obtendo com esse produtor um volume maior de produção porque ele vai aumentar a produtividade. É inevitável que isso aconteça, então esse é um benefício que nos médio e longo prazos a cooperativa se beneficia muito porque o produtor vai estar mais capitalizado, com maior poder econômico e maior volume de produção dentro de um raio menor em torno da cooperativa e das unidades de captação”, analisou.

 

Redação Cocari

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