Detec da Cocari no Paraná comenta a onda de calor, que provoca impacto no milho segunda safra
A onda de calor que atinge parte do interior do Brasil já está dando sinais na agricultura de alguns estados. O tempo quente e seco que predominou durante alguns dias provocou queda da umidade do solo. O milho segunda safra em desenvolvimento está sentindo os efeitos do calorão.
Produtores já sentem os efeitos nas lavouras
Produtores do Paraná já sentem os efeitos da onda de calor em suas lavouras. As folhas das hastes do milho já começaram a dobrar e a expetativa de produção também sofre queda.
Nas regiões da Cocari que cultivam a segunda safra de milho, os profissionais do Departamento Técnico (Detec) falam como está a situação.
“Estamos começando a avaliar o quanto da produção está sendo afetada pela falta de chuva, destaca o supervisor do Detec da região do Paraná Baixo, Rodrigo Rombaldi.
Segundo ele, essa semana começaram a aparecer as requeimas nas folhas do milho e o sintoma de chupeta na espiga, todos decorrentes da falta de água no sistema. “Infelizmente, a cada dia que se passa, diminui a expectativa de produção do milho. E os produtores de trigo, que emergiram, já estão com a produção comprometida, já tem um bom número de áreas com amarelecimento que acarretará em um baixo desenvolvimento da cultura”, lamenta.
Os que plantaram no seco e não choveu, Rombaldi diz que estão aguardando a chuva para avaliar germinação e estande, e os que ainda não plantaram, estão aguardando previsões firmes para começar. “O milho, que é a cultura de inverno mais importante no PR Baixo, está com elevado número de área na mesma janela que sentiu em V4 e no enchimento de grãos. Os que conseguiram plantio em janeiro na região de Itambé, escaparam de toda essa intempérie”, comenta.
Temperaturas incomuns para o período
O supervisor do Detec da região de Paraná Alto, Fábio Ribeiro, explica que o longo período sem chuvas e altas temperaturas, que não são comuns para os meses de abril e maio, vem afetando as lavouras de milho segunda safra. “São as fases em que mais a cultura necessita de água para realizar de forma eficiente o enchimento do grão. Sem umidade, a planta começa a utilizar a reserva de nutrientes, causando assim uma finalização mais rápida do ciclo e consequentemente uma menor produtividade”, aponta.
Ele acrescenta que plantas mais bem nutridas e solos mais estruturados suportam melhor esses períodos críticos de clima.
Entenda o impacto da temperatura elevada nos campos de milho
De acordo com o Climatempo, condições de alta temperatura prolongada geram impactos negativos, que variam segundo os estágios fenológicos da planta, podendo ir desde redução significativa da germinação das sementes até senescência (envelhecimento e morte) prematura. Em condições de temperatura elevada se produz aceleração do processo metabólico e nos períodos mais frios, o metabolismo diminui. Essa oscilação metabólica acontece normalmente quando a cultura se encontra dentro dos limites extremos de tolerância do milho, entre 10°C e 30°C. Condições ideais desde emergência até floração no milho estão entre 24°C a 30 °C.
As plantas em condições de calor extremo têm um consumo energético elevado aumentando a demanda por água, o que acelera o desenvolvimento e florescimento do cereal. Isso gera alterações no crescimento, plantas desiguais, diminuição da produção e qualidade dos grãos, aumento da sensibilidade a pragas e doenças. Em condições de temperatura superior a
35°C, ocorre diminuição da atividade da redutase do nitrato, reduzindo o rendimento e a composição proteica dos grãos.
Redação Cocari, com informações do Climatempo