Paraná pode produzir até 750 mil sacas de café em 172 municípios em 2024, aponta boletim

 Paraná pode produzir até 750 mil sacas de café em 172 municípios em 2024, aponta boletim

Plantação de café em Carlópolis. 07/2021 . Foto: José Fernando Ogura/AEN

A safra paranaense de café em 2024 está projetada entre 700 e 750 mil sacas, volume que representa uma estabilidade na comparação ao produzido na safra anterior. As informações são do Boletim de Conjuntura Agropecuária referente à semana de 10 a 16 de maio, elaborado pelos técnicos do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab).

De acordo com o Deral, as condições climáticas em geral até o momento estão favoráveis, apesar de períodos de calor excessivo e poucas chuvas. A maturação está mais uniforme neste ano e os trabalhos de colheita estão iniciando e serão intensificados nas próximas semanas.

Em 2023 o Paraná produziu 722 mil sacas beneficiadas, volume 48,2% superior à colheita de 2022, que foi severamente castigada pelas adversidades climáticas registradas no ciclo anterior, como geadas e seca. A área cultivada soma 26.180 hectares, há registros de produção de café em 172 municípios. Os cinco principais produtores são Carlópolis, Pinhalão, Ibaiti, Tomazina, no Norte Pioneiro, e Apucarana, no Vale do Ivaí, que juntos responderam com 48,5% do volume paranaense.

Segundo o economista do Deral, Paulo Franzini, os primeiros meses de 2024 foram marcados por negociações travadas, afetadas pelas fortes oscilações nas cotações na ICE e também pelas incertezas do clima, situações que geram muita insegurança para os cafeicultores. No mercado físico brasileiro os preços tiveram altas significativas, recuperando em parte os patamares praticados anteriormente.

O preço médio recebido pelos produtores paranaenses, segundo levantamento mensal do Deral, ficou em R$ 1.033,72 por saca beneficiada em abril de 2024, contra os R$ 992,14 em abril do ano passado. O valor médio recebido em 2023 foi de R$ 846,45 por saca, recuo de 26,7% na comparação com o praticado em 2022, de R$ 1.155,36. O relatório de abril do Deral indica que 82% da safra anterior havia sido comercializada pelos cafeicultores do Paraná.

No contexto mundial, a safra de café 2023/24 está projetada em 171,4 milhões de sacas beneficiadas de 60 kg, elevação de 4,2% em comparação com o período anterior, sendo os principais países produtores, respectivamente, Brasil, Vietnã e Colômbia. A produção brasileira está prevista em 58,08 milhões de sacas, conforme levantamento divulgado em janeiro pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), volume 5,5% superior à produção de 2023. O segundo levantamento deverá ser divulgado ainda em maio.

FEIJÃO – Apesar de registros de chuvas, a colheita de feijão no Paraná tem evoluído. Os trabalhos atingiram 58% da área, ante 16% no final de abril. Especialmente no Sudoeste, as chuvas prejudicaram a qualidade do produto colhido neste mês, mas ao menos na semana anterior as condições de colheita melhoraram, ainda que não fossem ideais. A situação tem gerado descontos expressivos no preço recebido pelo produtor ante as referências para o produto de boa qualidade.

MILHO – Começou a colheita da segunda safra de milho 2023/24 no Paraná. Como o plantio aconteceu precocemente em boa parte do Estado, a tendência é de um dos maiores volumes já colhidos no mês de maio da história, se o clima for favorável. Tradicionalmente a colheita tem sua concentração nos meses de junho e julho. Até esta semana foram colhidos pouco mais de 4,4 mil hectares dos 2,4 milhões plantados no Estado. A colheita começou pelas regiões de Campo Mourão, Francisco Beltrão e Irati.

HORTIFRUTI – O boletim também analisa dados do Valor Bruto da Produção (VBP) Agropecuária 2022 sobre a região de Curitiba, que figura como o principal polo hortifrutícola do Estado, estabelecido pela diversificação das atividades nos pomares e hortas. Na produção de frutas, a região participa com 16,5% de um montante de R$ 2,5 bilhões, correspondendo a um VBP regional de R$ 407,7 milhões, extraídos de uma área de 8,7 mil hectares e volume de 174,4 mil toneladas.

LEITE – Sobre o leite, os técnicos analisam como as recentes inundações que assolaram parte do Rio Grande do Sul no início deste mês impactaram o setor leiteiro. O Ministério da Agricultura publicou a Portaria 1.108/24 anunciando uma série de medidas destinadas a desburocratizar temporariamente o setor, com o intuito de revitalizar a cadeia produtiva. O estado gaúcho é o terceiro maior produtor do País. No Paraná, o preço pago ao produtor por litro de leite posto na indústria acumula alta de 16,5% em 2024.

SUÍNOS – De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no 1º trimestre de 2024 a produção de carne suína no Brasil apresentou uma queda de 1% no acumulado dos três primeiros meses de 2024 em comparação com o mesmo período do ano anterior. O total de carne produzida reduziu de 1,29 para 1,28 milhão de toneladas. Por outro lado, as exportações do 1º trimestre de 2024, conforme informações do Agrostat/MAPA, registraram um aumento de 2% em relação ao mesmo período de 2023.

OVOS – Em abril de 2024, segundo o Deral, o preço médio nominal do ovo tipo grande ao produtor no Paraná foi de R$ 149,99 por caixa de 30 dúzias. Este resultado representa um pequeno aumento de 0,35% em comparação com o mês anterior (R$ 149,46), porém, uma queda notável de 14,76% em relação a abril de 2023 (R$ 175,96).

Quanto aos insumos utilizados na produção, em abril de 2024 o preço médio do milho no atacado paranaense foi de R$ 57,39 por saca de 60 kg, 1,5% superior ao mês anterior (R$ 56,54) e uma queda significativa de 20,82% em comparação com abril de 2023 (R$ 72,48).

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