Produção de ovos caipiras ganha espaço no Vale do Ivaí

 Produção de ovos caipiras ganha espaço no Vale do Ivaí

A produção de ovos caipiras e orgânicos tem ganhado força em todo o país, criando um novo nicho de mercado, garantindo ao criador, um produto de maior valor agregado e com crescente demanda. As informações são do jornalista Ivan Maldonado.

No Vale do Ivaí o setor segue em alta, exemplo disso, é a empresa Ovos Caipira do Campo do grupo Campollo que produz em média 32 mil ovos caipiras diariamente no sistema “cage-free” (sem gaiolas em galpões abertos). São três aviários em um sítio no distrito de Porto Ubá, em Lidianópolis, e outro aviário na estrada do Bem-te-vi, em Ivaiporã. Cada aviário tem capacidade para 10 mil matrizes.

De acordo com o diretor presidente Messias Luiz Batista um bom negócio que auxilia na geração de emprego e renda na região. Somente nos quatro aviários da empresa são gerados oito empregos diretos. O processamento e a embalagem também são realizados em um depósito na cidade de Lidianópolis, que gera mais 10 empregos.

“É um bom negócio porque gera emprego, e estamos produzindo alimento saudável. São em torno de 32 mil ovos produzidos por dia que distribuímos em grandes redes de supermercados do Brasil”, destacou Messias.

Segundo Marcos Batista, diretor executivo da empresa, a escolha pelo ovo caipira se deu principalmente por conta da criação em modo natural. “O nosso foco de sustentabilidade no mercado de ovos foi o bem-estar animal. A grande diferença está na qualidade de vida da galinha, que vai interferir nos ovos que ela produz, no sabor, na cor, na textura, dentre outros”.

Batista explica, que além das condições de vida das poedeiras, a alimentação é outro fator que pode interferir na produção dos ovos caipiras. “Não temos nada de antibióticos, hormônios, elas são alimentadas com ração produzida pela própria empresa à base de milho, farelo de soja, mas elas também pastoreiam e recebem alguns alimentos naturais”.

Experiências americana e europeia provam que os sistemas “cage-free” podem ser atrativos para os produtores. No Brasil, este tipo de ovos, chamado de “caipira”, é muito apreciada pelo consumidor, e tem a garantia de produção por Norma ABNT, que regulamenta a criação e venda dos ovos caipiras. A AVAL – Associação Brasileira de Avicultura Alternativa, autêntica esta produção com um selo de garantia, dando credibilidade e autenticidade ao legítimo produtor de ovos caipiras.

Outro fator relevante que altera as propriedades dos ovos caipira é a concentração de betacaroteno, que é cinco vezes maior do que no ovo de granja. “O betacaroteno é importante na nossa alimentação diária, porque é convertido em vitamina A que, entre outras coisas, fortalece o sistema imunológico”, explica Batista.

Cocavi terá unidade de beneficiamento de ovos

A Cooperativa de Comercialização Camponesa Vale do Ivaí, sediada em Jardim Alegre, também tem projeto e se prepara para entrar no setor de ovos caipiras e orgânicos.

Segundo o engenheiro agrônomo, André Luiz Lazarin, conhecido como Cabelo, coordenador do projeto, a ideia inicial é a instalação de uma unidade de beneficiamento de ovos para receber a produção do cooperado.

Os investimentos são de mais de R$ 430 mil. “Estamos pleiteando os recursos junto ao Governo do Estado. Apresentamos o projeto no programa Coopera Paraná, teve classificação, mas não tivemos acesso ao financiamento ainda, visto que está na fase de apresentação de documentos”.

Inicialmente a unidade de beneficiamento vai beneficiar quinze pequenos produtores que estão entrando no negócio, com aviários com média de 150 matrizes.   “A expectativa inicial de produção é produzir 1.4 mil ovos por dia. A agroindústria é para um número maior do que esse. Mas, a orientação é iniciar numa escala menor, para ganhar experiência e crescer gradativamente”.

Os ovos serão produzidos por matrizes  Isa Brown e Embrapa 51.  “Hoje a cooperativa tem cerca de 370 associados. Tendo viabilidade econômica, uma resposta boa do mercado com certeza é um negócio que tem muito a crescer”.

Para o médico veterinário do Núcleo Regional da Seab de Ivaiporã, Carlos Eduardo dos Santos, é um importante projeto porque vai receber o produto de produtores de diversos municípios.

“Ao invés de um produtor fazer investimento, que não é tão barato, tem essa iniciativa da cooperativa. Então qualquer produtor que tiver uma produção de ovos legal, inscrita na Adapar, que siga a portaria 290 vai poder estar classificando esses ovos, fazendo tanto na marca da Cocavi ou se optarem em fazerem em marca própria, a cooperativa poderá prestar esse serviço”, destacou.

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