Policiais militares de Ivaiporã escrevem carta com pedido de socorro

 Policiais militares de Ivaiporã escrevem carta com pedido de socorro

A redação do Repórter do Vale recebeu nesse final de semana, uma carta enviada por policiais militares da 6ª Companhia de Ivaiporã, com um pedido de socorro. O documento faz um alerta que, caso providências não sejam tomadas, tragédias como que aconteceu em 2018, quando três policiais morreram durante ataque, possam se repetir. Leia na íntegra:

Caro comandante, a RPA da 6°cipm, em especial a de Ivaiporã pede socorro. Já não sabemos mais a quem recorrer, talvez os senhores não estejam notando, a tropa esta ficando doente e exposta. Por isto tomei iniciativa em nome dos meus companheiros de serviço para expressar nosso sentimento e evitar que aconteça um mal maior como já houve nesta unidade policial. Das quatro escalas de serviço imposta para nós, para poder suprir a falta de efetivo nos destacamento, escolhemos a menos pior. Agora estamos sofrendo as consequências, pois o nosso ciclo de descanso esta sendo prejudicado. E é justamente nesse período que se reúne forças para o segmento normal de uma escala de trabalho.

“O nosso corpo é uma máquina vulnerável, pois adoecemos e envelhecemos. O abuso desta máquina pode acarretar efeitos desastrosos no ambiente de trabalho, principalmente para um trabalhador que anda armado e dirige quase todo o tempo, gerando alguns desgastes irreversíveis e outros que, aparentemente insignificantes, no final de um longo período representam latente prejuízo ao Estado a Sociedade e principalmente à saúde do policial.”
Nós servidores militares, muitas vezes pais de família, filhos, somos membros da sociedade que defendemos, portanto merecemos o devido respeito, daqueles que deveriam olhar para tropa como um todo cuidando do fator descanso e da qualidade de vida de todos os militares, sem distinção. (a impressão que temos é que nossa companhia esta subdividida em quatro policias distintas), administrativos / p2 / rotam e a judiada RPA). Quando na verdade somos uma policia só e estamos no mesmo barco que esta prestes a naufragar.
Quando não nos alimentamos corretamente, não dormimos e não estamos submetidos a uma rotina de recuperação das energias físicas e mentais, a nossa produtividade cai de forma vertiginosa e passamos a estar exposto a doenças profissionais e acidentes de trabalho. Por este o motivo os inúmeros números de militares afastado por atestado medico. Muitas vezes estamos rindo em uma roda de conversa, contando uma historia reclamando, mas ninguém sabe oque realmente cada militar esta passando em sua vida particular ou profissional.
Pedimos encarecidamente que seja revista á questão da escala de serviço em especial da RPA de Ivaiporã, para o bom andamento do serviço prestado a população. Se a cidade é esta calmaria é graças ao bom trabalho desenvolvido pelos policiais de rua, o índice de criminalidade ou roubos na cidade é baixíssimo comparado a outras cidades, não por Ivaiporã ser tranquila, mas sim porque nossos valorosos policiais patrulham de forma coerente e estão sempre no lugar estratégico e hora certa evitando assim que estes tais crimes aconteçam.
Sabemos que estamos no ambiente militar e estamos sujeito sanções administrativas e punições a todo estante, só espero que esta expressão de pedido de socorro, que não é somente meu e sim de todos os companheiros que se encontram na mesma situação. Não possa me prejudicar mais uma vez. “Pois já fui prejudicado uma vez com uma repreensão por fazer uma brincadeira no nosso grupo de watts zap, onde postei um comentário referente a uma escala de serviço que um corpo não ocupava dois lugares no espaço ao mesmo tempo.” Grupo este onde todos sempre brincaram. Desta vez o negocio é serio… Socorro. Socorro. Socorro!!! Depois não adianta chorar o leite derramado. RPA Ivaiporã”. Diz a carta.

O Repórter do Vale foi informado que a Comunicação Social, iria marcar uma reunião com o comandante da Cia, para debater a questão.

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